5 curiosidades sobre “Kill the Poor”, dos Dead Kennedys
De onde vem a ironia de Biafra

por Sté Reis
Muito se falou sobre Dead Kennedys nos últimos tempos. Depois da conturbada não-vinda ao Brasil, a declaração ácida do ex-vocalista Jello Biafra e o pôster que fazia referência à “Kill the Poor”, um clássico da banda, decidimos investigar mais a fundo algumas curiosidades sobre a música, lançada pela Manifesto Records, em 1980, no álbum Fresh Fruit for Rotting Vegetables.
1. Ganhou uma cover recém lançada pela banda de metal Trivium (ouça)
2. Apresenta a primeira persona política criada por Biafra, um presidente com grandes soluções para a pobreza. Ele se coloca na postura de outros políticos em músicas como “Holiday in Cambodia” e “California Über Alles”
3. Gerou essa treta imensa por ser inspiração de um designer para um show no Brasil que nunca aconteceu:
4. Há quem diga que Biafra se inspirou em um ensaio escrito por Jonathan Swift, autor das Crônicas de Gulliver, e famoso por ser um sátiro político morando em meio a pobreza na Irlanda. O texto, assim como a música, propõe uma solução fácil para o governo. Em “Uma proposta modesta para impedir as crianças pobres da Irlanda de serem um fardo para os pais ou para o país, e para torná-las benéficas para a República“, ele sugere aos nobres e aos donos das terras comerem os filhos de camponeses sem propriedade: “uma criança de um ano assada é o alimento mais nutriente e completo”, discorre. O PDF está disponível online e mesmo sabendo da ironia dá um nó no estômago: Kill the Poor é a visão de Biafra sobre o ensaio de Swift.

5. Mesmo com alguns recados claros de Biafra sobre antifascismo (como “Nazi Punks Fuck Off”), a real é que muitas gangues de neonazis na época usaram a música como hino, sem entender a ironia por trás da sátira punk de Biafra
Para denúncias relacionadas a direitos humanos: Anistia Internacional sempre!
AntifascistaCalifornia Über AllesDead KennedysFresh Fruit for Rotten VegetablesHoliday in CambodiaKill the PoorNazi Punks Fuck Offpunk rock